Com a participação de 12 Amigos realizou-se no passado dia 26 de Novembro a visita à oficina da ceramista Henriette Moro, instalação anexa à residência própria situada na magnifica paisagem de Colares.
Henriette Moro recebeu o grupo em companhia da filha, Saskia Moro, artista plástica com quem a ceramista tem exposto em conjunto. Theda van Royen apresentou a artista, assinalando o seu temperamento discreto certo com a serenidade que muita da sua produção cerâmica reflecte.
Duas mesas tinham sido montados para receber os Amigos, uma com café e bolos, outra com peças de cerâmica que são referência do trabalho de Henriette Moro, entre cerâmicas da China e da Índia, lugares onde viveu, até à peça de um autor fundamental da cerâmica ocidental, Bernard Leach e que mais profundamente a marcou.
O trabalho desta autora revela estas influências pelo ênfase dado à modelação orgânica das formas, respeitando a fluidez das pastas, com vidrados serenos, com discretas marcações gráficas rigorosas.
Algumas das suas peças guarnecem o espaço da habitação, de modo tão natural como outras maiores se integram no ambiente natural do jardim, fontes e esculturas compostas, feitas de grés com vidrados que se inspiram nas formas simples das plantas.
Na oficina, lugar que regista idêntico clima de serenidade interior, foi explicado o processo técnico de produção das peças, entre a formatação e a cozedura, tendo a ceramista levantado na roda, com extraordinária elegância e a título demonstrativo, uma pequena taça.
Cotejando a obra de Henrietter Moro com as produções portuguesas na 2ª metade do século XX, João Castel-BrancoPereira lembrou os experimentalismos de autores do Estúdio Secla nas Caldas da Rainha e que seriam próximos dos princípios estéticos de Bernard Leach.
Primeira de uma das actividades que se deseja continuar, esta visita propiciou um momento especial de contacto próximo com a criação da cerâmica contemporânea de autor.
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